quarta-feira, 24 de junho de 2009

CHICO BUARQUE - 19 DE JUNHO DE 1944

Homenagem a um geminiano genial...

Em 2003, ainda trabalhando na Zona Sul de Porto Alegre, na E. E. Ensino Médio Padre Reus, fizemos uma excursão de encerramento dos 3ºs. anos para a bela praia de Torres, onde visitamos seu antigo casario e a igrejinha com arquitetura açoriana... Era agosto e os colegas sabiam a data do meu níver. Ao jantarmos em uma pizzaria com música ao vivo, um dos colegas (que já havia decoberto minha música preferida do Chico) prestou-me bela homenagem ao solicitar que os músicos tocassem "João e Maria"...
Também acho belíssimas "Teresinha", "As Vitrines" e "Mulheres de Atenas"... Mas me arrepiei ao ouvir Bibi Ferreira cantando "Gota Dágua" e outras músicas da peça homônima no antigo Teatro Leopoldina (ex-Ospa).

Disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR79536-6014,00.html>. Acesso em: 24 jun. 2009.

João e Maria
Chico Buarque

Agora eu era o herói

E o meu cavalo só falava inglês

A noiva do cowboy

Era você

Além das outras três

Eu enfrentava os batalhões

Os alemães e seus canhões

Guardava o meu bodoque

E ensaiava um rock

Para as matinês

Agora eu era o rei

Era o bedéu e era também juiz

E pela minha lei

A gente era obrigado a ser feliz

E você era a princesa

Que eu fiz coroar

E era tão linda de se admirar

Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não

Finja que agora eu era o seu brinquedo

Eu era o seu pião

O seu bicho preferido

Vem, me dê a mão

A gente agora já não tinha medo

No tempo da maldade

Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal

Que o faz-de-conta terminasse assim

Pra lá desse quintal

Era uma noite que não tem mais fim

Pois você sumiu no meu mundo

Sem me avisar

E agora eu era um louco a perguntar

O que é que a vida vai fazer de mim

Disponível em: <http://www.lyrics.mus.br/chico-buarque/joao-e-maria/letra-da-musica/65458/>. Acesso em: 24 jun. 2009.

Francisco Buarque de Hollanda é músico, dramaturgo e escritor brasileiro, filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda. Nasceu no Rio de Janeiro e iniciou sua carreira artística na década de sessenta, tornando-se conhecido nacionalmente após sua participação no Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, transmitido pela TV Record, com A Banda (que dividiu o 1º lugar com Disparada, de Geralgo Vandré) e marcou a primeira aparição pública de grande repercussão, apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa Nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.(*)

No Festival de 1967 fez sucesso com Roda Viva, interpretada por ele e seus amigos do MPB4. No ano seguinte, venceu o III Festival Internacional da Canção (rede Globo) com uma composição feita em parceria com Tom Jobim: Sabiá, mas desta vez, o resultado foi contestado pelo público, que preferiu Para Não Dizer que Não Falei de Flores (Geraldo Vandré) que se tornaria um hino contra a ditadura militar.
Esteve exilado na Itália e, no retorno ao Brasil, para driblar a censura, usou o pseudônimo de "Julinho da Adelaide".
Compôs várias trilhas sonoras para o cinema (Se Segura, Malandro, Vai Trabalhar, Vagabundo 1 e 2, de Hugo Carvana), escreveu peças de teatro (Roda Viva, Calabar - parceria com Ruy Guerra -, Gota d'Água, Ópera do Malandro), tendo escrito alguns livros ("Budapeste" ganhou o Prêmio Jabuti 2004) alguns dos quais foram transpostos para a telona - como "Benjamin" e "Budapeste". Lançou "Leite Derramado" este ano (2009).
Tem uma obra muito rica em termos poéticos, líricos e musicais e entende como ninguém a "alma feminina". (** com adaptações próprias)
(*) Disponível em: <http://www.letras.com.br/biografia/chico-buarque>. Acesso em: 24 jun. 2009.
(**)Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque>. Acesso em: 24 jun. 2009.

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