Disponível em: http://arquivosonoro.files.wordpress.com/2008/08/ultraje_mpo2.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2010.
Roger (segundo na foto), vocalista e compositor do "Ultraje a Rigor", década de 80.
Inútil (1983)
Ultraje a Rigor
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nós é indigente
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz filho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz música e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar
Inútil
A gente somos inútil
Roger Rocha Moreira, do grupo Ultraje a Rigor, compos, em 1983, a letra acima "que se tornou uma espécie de hino político da juventude para a campanha das 'Diretas Já', ironizando a visão preconceituosa da elite e do governo militar sobre o povo brasileiro. Afinal, 'a gente não sabemos escolher presidente'". (*)
Lembre-se: 2010 é ano eleitoral; já sabemos escolher presidente?
Abrangendo a produção cultural e as transformações sociais pelas quais passou o mundo ocidental após a Segunda Guerra, os autores fizeram um interessante painel sobre a história recente, focalizando as mudanças trazidas pelos movimentos estudantis, a força da cultural dos movimentos alternativos, a música e as artes sendo agentes destas novas manifestações: black power, hippies, contracultura, flower power, tropicália...
Não deixe de ler:
BRANDÃO, A. C.; DUARTE, M. F. Movimentos Culturais de Juventude. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2008. 160 p.(*)
À disposição na Biblioteca da ETS - e nas boas livrarias...
2 comentários:
olá
sou da geração 80. Na verdade, esta música é uma crítica às famosas (e tolas) frases do então presidente general João Baptista Figueiredo. O mesmo que dizia preferir o cheiro dos cavalos ao do povo. É dele a frase (texto não literal): para quê o povo quer escolher presidente se não sabe nem escovar os dentes. Aprendemos a votar VOTANDO, portanto, exercendo nossa cidadania. Errar faz parte. O que não pode é deixarmos de votar. Ditadura novamente NÃO.
Abçs
Olá, bom te conhecer, Rafaela!
Concordo contigo. Como eu disse no post, a música é uma ironia ao preconceito das elites da época. A campanha "Diretas Já" foi um momento de pleno exercício da cidadania, como os "caras pintadas", mais tarde, que despejaram Collor do Planalto...
Informação é tudo, por isso sugeri a obra citada - que relembra os "movimentos sociais da juventude" e está disponível na Biblioteca da ETS.
Abraços - e volte sempre!
Kátia
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