Moby Dick conta a história de Ismael, um marinheiro do baleeiro Pequod, comandado pelo Capitão Ahab.
Fotógrafo: Frantzesco Kangaris (The Guardian) Fonte imagem
MOBY DICK foi publicado pela primeira vez em 1851. Seu autor, o estadunidense Herman Mellville (1819 - 1891) foi um aventureiro na vida real. Muitos de seus livros foram baseados em experiências reais vividas pelo autor quando trabalhava em navios. Mellville, em vida, nunca obteve sucesso comercial com seus livros, e sua vida foi bastante atribulada, cheia de altos e baixos, aventuras e agruras. Em vida, seu livro mais vendido foi o primeiro, Taipi - Paraíso de Canibais (1846) - e isso que esse foi um de seus livros mais difíceis de se publicar, pois os editores custaram a acreditar que Taipi, baseado na experiência do autor nas Ilhas Marquesas, no Pacífico, era verdadeiro. E a obra-prima de Mellville, MOBY DICK, nem obteve sucesso à ´´epoca de sua publicação: só foi reconhecida após a morte de Mellville, que também publicou, entre outros: Omoo (1847), White Jacket (1850), Bartleby, o Escrivão (1853) e o inacabado Billy Budd (publicado postumamente em 1924).
Através de uma aventura fascinante, MOBY DICK faz o retrato de uma indústria que estava em alta no século XIX, mas que hoje é condenável: a indústria baleeira. No século XIX, matar baleias era um negócio que rendia muito dinheiro: o óleo (que era usado na iluminação pública e caseira), os ossos (usados para esculpir ornamentos) e a carne dos grandes mamíferos e suas diversas espécies (as baleias comuns e as do tipo cachalote, diferentes por ser o cachalote dotado de dentes) tinham alto valor comercial à época. As cidades de New Bedford e Nantucket, ambas no estado de Massachussets (EUA) eram as principais cidades baleeiras do mundo: Nantucket era a capital americana, e New Bedford a capital mundial da caça à baleia. Essa atividade entrou em declínio com a Guerra Civil Americana (1861 - 1865) e com o uso de fontes alternativas aos produtos extraídos das baleias, como o petróleo. Hoje, muitos países proíbem a caça às baleias, visto que esses animais correm risco de extinção - porém, ainda há países, como o Japão, que mantém a caça sob licença, sob alegação de pesquisas científicas.
Melville viu de perto a indústria baleeira, então no auge: ele trabalhou, em 1841, em um navio baleeiro, o Acushnet. Matar baleias não era uma atividade fácil, visto que na época a caça se fazia mediante arpões manejados por muitos homens em barcos que partiam a partir do navio baleeiro. O óleo depois era retirado - numa atividade extremamente sangrenta - do couro das baleias mortas, fervido e estocado em tonéis. O risco de incêndio era grande, sem falar nas mortes que normalmente ocorriam nos navios, por acidentes ou por doenças. Uma vida dura, onde os pagamentos eram irrisórios e se passavam anos no mar, longe das famílias.
MOBY DICK é narrado em primeira pessoa por Ismael, um homem que decide se fazer ao mar por vontade e por não ter o que fazer em terra. Durante sua estada em New Bedford, Ismael conhece Queequeg, um nativo de uma ilha do Pacífico Sul que trabalhava como arpoador. A princípio, Ismael sente medo perto de Queequeg, que obviamente era um canibal; porém, acaba se tornando amigo do indígena, ao ver que seus modos eram bastante polidos e educados - a aparência de Queequeg, que possui tatuagens em todo o corpo, é que não ajuda.
Doodle do Google de hoje (18/10/12) homenagem aos 161 anos de Moby Dick
Ismael e Queequeg decidem embarcar juntos em um navio baleeiro em Nantucket. E se empregam no Pequod, navio comandado pelo Capitão Ahab. Ahab, que não possui uma das pernas, é um personagem movido por vingança, e leva a sua tripulação a se aventurar nos mares em busca de um único objetivo: vingar-se de Moby Dick, a baleia branca, de testa enrugada e vários arpões no corpo, que foi quem arrancou a perna de Ahab. A caça às baleias era apenas um pretexto. E, no fim, Ahab acaba conduzindo a tripulação do navio, bem como a si mesmo e seu navio, a um fim trágico na luta contra a baleia branca.
A Biblioteca da ETS possui em seu acervo dois exemplares desta obra, para empréstimo à comunidade escolar.