terça-feira, 14 de setembro de 2010

O SEMEADOR DE LIVROS - DOM PEDRITO (RS)


Disponível em:
http://portalliteral.terra.com.br/blogs/documentario-o-semeador-de-livro-disponivel-on-line-1. Acesso em: 8 set. 2010.

Na Zero Hora do dia 7/9/10, Liberato Vieira da Cunha escreveu, em sua crônica semanal, sobre um vigia da prefeitura de Dom Pedrito - André Luís de Souza Cordeiro - que se dedica, " por amor e por vocação, a semear leitores na cidade."
Continua o cronista: " Em 2003, quando trabalhava em reciclagem, André Luís se deu conta das dezenas de livros que encontrava no lixo. Principiou a reuní-los e quando viu tinha formado uma biblioteca de milhares de volumes.
Abriu-a então à comunidade, especialmente às crianças pobres como ele, e não desistiu nem mesmo quando, no ano passado, a grande enchente do rio Santa Maria levou 2.000 livros do casebre precário onde mora com a mulher e os 4 filhos. Até hoje não há cliente - geralmente meninos e meninas - que, batendo palmas à sua porta, deixe de obter uma obra que deseja [...]."
O escritor nos conta ainda sobre uma experiência pessoal, vivida na Alemanha, em Mainz, cidade "onde Gutenberg inventou a imprensa [...] participei, em um lindíssimo jardim, de uma cerimônia em que se celebrava o prazer da leitura. Naquele outono europeu de 2005, aprendi, com amigos de 18 países, que, num mundo invadido pela eletrônica, pela informática e pela internet, nada substitui a leitura. [...] Havia uma cruzada europeia, sustentada por voluntários de muitas nações, segundo a qual nenhuma sociedade é civilizada e integrada se não lê, que o apreço aos livros deve começar tão pronto quanto Deus permita, que é dever de cada pai e de cada mãe ler para os filhos. Desde que idade? Desde muito cedo, quando eles ainda tenham uns poucos meses.
André Luis de Souza Cordeiro, o semeador de livros - Dom Pedrito/RS
"Isto parece uma utopia? Não na Europa, onde a mobilização pela leitura - particularmente a leitura dos pais para seus filhos - tem sucursais da Bélgica à Inglaterra, da Itália à Holanda, da Suíça à França. [...] Dito o que, voltamos a Dom Pedrito. André Luis de Souza Cordeiro é um intuitivo por natureza. Reciclador de lixo, ele percebeu que, entre as sobras da sociedade de consumo, havia bens de um valor incalculável.
Não os quis para si mesmo. Converteu sua casa humilde em uma biblioteca, livre e franca para quem quisesse se servir dela. É que não lhe faltava a noção de que o melhor legado que se pode transmitir é o da educação e da cultura.

Emocionante, não?

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